"Eu tenho uma enorme facilidade pra chorar. Meus olhos são mais irrigados do que muita plantação de arroz. Eu choro por bobagem, por alegria, por emoção barata, por emoção cara e também por necessidade de escoar algo ruim que pressiona lá dentro.
Se eu fosse atriz, faria cenas belíssimas com minhas lágrimas inundando o Projac, o galã com colete salva-vidas pra não se afogar. Ia interromper pros comerciais, voltar a novela e eu ainda estaria chorando.
O problema é quando não consigo parar. Viro um Niagara Falls, os olhos se transformam em duas pias que transbordam, eu corro o risco de desidratar. O cérebro não entende a palavra "Cheeeega!', talvez não funcione com umidade.
Sabe as baianas lavando as escadarias da igreja de Nosso Senhor do Bonfim? Meu choro é parecido, só que sem as flores. É inchaço e alívio. Depois da choradeira, o corpo relaxa. Dá um cansaço do bem.
Com tanta seca no Nordeste, eu poderia reaproveitar essa água toda nem que fosse pra lavar a calçada – pensei em molhar as plantas ou embalar e revender, pena que o choro é salgado.
Tem gente que não consegue chorar. Sinceramente, não sei como."
Se eu fosse atriz, faria cenas belíssimas com minhas lágrimas inundando o Projac, o galã com colete salva-vidas pra não se afogar. Ia interromper pros comerciais, voltar a novela e eu ainda estaria chorando.
O problema é quando não consigo parar. Viro um Niagara Falls, os olhos se transformam em duas pias que transbordam, eu corro o risco de desidratar. O cérebro não entende a palavra "Cheeeega!', talvez não funcione com umidade.
Sabe as baianas lavando as escadarias da igreja de Nosso Senhor do Bonfim? Meu choro é parecido, só que sem as flores. É inchaço e alívio. Depois da choradeira, o corpo relaxa. Dá um cansaço do bem.
Com tanta seca no Nordeste, eu poderia reaproveitar essa água toda nem que fosse pra lavar a calçada – pensei em molhar as plantas ou embalar e revender, pena que o choro é salgado.
Tem gente que não consegue chorar. Sinceramente, não sei como."
Nenhum comentário:
Postar um comentário